Matéria do Portal A Crítica
Instituições do Amazonas anunciaram nesta semana a criação de uma aliança para Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação & Empreendedorismo (PDI&E) voltados à Bioeconomia no Estado.
Um protocolo de intenções foi assinado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), as universidades do Estado do Amazonas (UEA) e Federal do Amazonas (Ufam), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia) e o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam).
A aliança espera agregar mais membros, de diferentes áreas, públicos ou privados, para apoiar a criação de estratégias para recursos e implementação de projetos de bioeconomia, uma economia sustentável a partir de matéria prima disponível na natureza.
A união das instituições, formalizada em agosto último, tem por objetivo desenvolver um programa de mútua cooperação com atividades voltadas à pesquisa científica, tecnológica, inovação e empreendedorismo em negócios desenvolvidos a partir das cadeias de valor da sociobiodiversidade ou bioeconomia.
A iniciativa tem o desafio de contribuir para a diversificação da economia regional, com foco na valorização dos ativos da biodiversidade do Amazonas, geração de emprego e renda na zona rural e urbana, melhoria da qualidade de vida das populações tradicionais e indígenas e conservação ambiental, tendo como pano de fundo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Essa agenda tem um caráter estratégico para o desafio de impulsionar a bioeconomia do Amazonas, por meio de uma Aliança que privilegia as instituições de PDI&E do Estado. Para a FAS essa iniciativa é uma parte importante da nossa missão de fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das populações ribeirinhas e indígenas e a conservação ambiental do Amazonas”, explica o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana.
Dentre as atividades previstas, destacam-se o desenho de estratégia em PDI&E para cadeias produtivas da bioeconomia no estado, a busca de recursos (reembolsáveis e não reembolsáveis) e o desenvolvimento de um ecossistema de parcerias para implementar a estratégia de PDI&E nas cadeias produtivas.
O grupo também buscará formar formar capital humano e social, combinando o saber tradicional e o conhecimento técnico-científico para implementar a estratégia de PDI&E nas cadeias produtivas locais, a produção e disseminação de conhecimento sobre as cadeias produtivas e a cocriação de um ecossistema de inovação e empreendedorismo, por meio de um arranjo institucional eficiente.
Instituições federais de ensino superior aderem
O Magnífico Reitor da UFAM, professor. Sylvio Puga, destaca que “a constituição dessa Aliança entre os entes de pesquisa, ensino e desenvolvimento do Estado do Amazonas, torna patente os novos ares de amadurecimento, modernidade e atualização de nossas instituições as práticas de gestão. Certamente essa Aliança contribuirá massivamente para a melhoria dos povos de nossa região e desse modo a UFAM se sente comprometida no cumprimento de sua missão institucional”, comenta.
Segundo Antonio Venâncio, Magnifico Reitor do IFAM, “atuar nesta iniciativa significa um passo importante na consolidação de parcerias que proporcionam ao IFAM dar sua parcela de contribuição no desenvolvimento da pesquisa e da economia do nosso estado, principalmente em função de sua forte inserção no interior”.
Fiocruz, CETAM e UEA também participam
Segundo Sérgio Luz, diretor da Fiocruz Amazônia, “essa aliança visa, especialmente, desenvolver ações institucionais que aproveitem o conhecimento tradicional e a biodiversidade amazônica para, junto com as populações locais, transformá-los em produtos e tecnologias que possam beneficiar os amazônidas, na geração de renda, na melhoria da qualidade de vida, na promoção da saúde e na conservação ambiental”.
Para o diretor-presidente do Cetam, José Augusto de Melo Neto, ”a Aliança levará desenvolvimento econômico e fortalecimento social para comunidades tradicionais. O Cetam se preocupa em fomentar o desenvolvimento econômico, mas também agregar e difundir a sustentabilidade no Amazonas, por meio de alternativas econômicas que respeitem vocações produtivas locais, e estimulem o fortalecimento social”.
Para o reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Cleinaldo Costa, a presença de instituições de ensino na área de Bioeconomia ainda é tímida, mas a consolidação da aliança com as grandes instituições locais é importantíssimo para que se possa desenhar um futuro de desenvolvimento na área de Bioeconomia e empreendedorismo no Amazonas. “Isso vai se refletir em maior qualidade de pesquisa, mais emprego, numa cadeia econômica produtiva na área de biotecnologia e Bioeconomia. Por isso as instituições estão juntas agregando valor, inteligência, e mais qualidade na área para o Amazonas”, avalia.
Ainda segundo Costa, essa aliança representa a união das instituições com visão empreendedora e inovação tecnologia focando na bioeconomia do Amazonas. “Em primeiro lugar, é muito importante compreender a estratégia em pesquisa e desenvolvimento, inovação e empreendedorismo na cadeia produtiva da bioeconomia para o estado do Amazonas. Nesse cenário, estas parcerias, com a união das instituições e ensino superior, além da FAS, agregam mais qualidade, inteligência, trazem novas visões de mercado, de público, ações públicas e privadas e fortalecem a bioeconomia. Esse é objetivo de desenvolver a cooperação, que vai alavancar também pesquisa científica, tecnologia, inovação e empreendimento na Amazônia”.
Para o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Marcelo Dutra, "a agenda de bioeconomia é de grande importância para o futuro do estado do Amazonas".